domingo, 28 de março de 2021

TÃO SIMPLES, MAS, POR VEZES, TÃO ESQUECIDO...

 

📷 Via Google

Às vezes é preciso respirar fundo,
saber respirar fundo.
Parar o tempo por um momento,
fugir de nós mesmos, da nossa condição humana.
Para voltamos mais leves e renovados,
a quem espera por nós e de nós o que de melhor temos para oferecer: um sorriso, uma palavra, um ser pronto a ouvir e a intervir, se for caso disso.
Tão simples, mas, por vezes tão esquecido...
O amor próprio de mão dada com amor ao próximo.

Tânia

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

MINUTOS DE SABEDORIA #16

 


"-Tu és uma gaivota. Nisso o chimpanzé tem razão, mas só nisso. Todos gostamos de ti, Ditosa. E gostamos de ti porque és uma gaivota, uma linda gaivota. Não te contradissemos quando te ouvimos grasnar que és um gato, porque nos lisonjeia que queiras ser como nós; mas és diferente, e gostamos de que sejas diferente. Não pudemos ajudar a tua mãe, mas a ti sim. Protegemos-te desde que saíste da casca. Demos-te todo o nosso carinho sem nunca pensarmos em fazer de ti um gato. Queremos-te gaivota. Sentimos que também gostas de nós, que somos teus amigos, a tua família, e é bom que saibas que contigo aprendemos uma coisa que nos enche de orgulho: aprendemos a apreciar, a respeitar e a gostar de um ser diferente. É muito fácil aceitar e gostar dos que são iguais a nós, mas fazê-lo com alguém diferente é muito difícil, e tu ajudaste-nos a consegui-lo."

Luis Sepúlveda, in História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar 


sábado, 13 de fevereiro de 2021

MINUTOS DE SABEDORIA #15


📷 Via Google

Por ocasião do Dia do Doente, proferiu D. António Marto na homilia da Missa a que presidiu na Basílica da Nossa Senhora do Rosário de Fátima, relativamente à pandemia que afecta a Humanidade, as seguintes palavras:
“constitui um choque, um abalo, que nos faz sentir mais agudamente a fragilidade da vida. Verificamos como a doença abre em todos muitas feridas e acarreta muitos sofrimentos: feridas do medo da doença, da dor, do isolamento, da solidão, do receio de perder o emprego, da angústia da morte”

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

SOL DE INVERNO

 📷 Via Pinterest 

Olho ao meu redor, está sol, está um Sol de Inverno.
A minha alma estremece, sente frio, está gelada.
O Sol de Inverno não aquece, ao invés envolve-se com o branco e o azul do frio, dilacerando aos poucos o meu ânimo.
Sinto nostalgia, tristeza, saudade. Anseio o recolhimento junto à lareira crepitante, colorida, que me afaga o espírito, que me aquece o coração.
O Sol de Inverno é, como a própria estação, frio, com pouca vida, recolhido, cansado de brilhar na Primavera e no Verão.

Tânia

sábado, 5 de dezembro de 2020

MINUTOS DE SABEDORIA #14


 📷 Via Google

"É o amor que rompe as cadeias que nos isolam e separam, lançando pontes; amor que nos permite construir uma grande família onde todos nos podemos sentir em casa. Amor que sabe de compaixão e dignidade. A partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro."

Papa Francisco, Carta Encíclica "Fratelli Tutti"

domingo, 8 de novembro de 2020

SERÁ QUE O TEMPO VOA OU SOMOS NÓS QUE CORREMOS NO TEMPO?


Tic-tac, tic-tac, tic-tac...
Quantas vezes já ouvi que o tempo parece voar, que tudo passou a correr, ainda ontem...
Não só ouvi como também o digo. Pois é, contudo, o "ainda ontem...", na realidade são meses ou anos que passaram e durante os quais eu e todos nós, na nossa atarefada vida quotidiana, não prestámos atenção a pormenores importantes.
A verdade é só uma, os anos continuam a ter doze meses, os meses trinta ou trinta e um dias (não esquecendo Fevereiro com os seus vinte e oito ou vinte e nove dias), os dias vinte e quatro horas, uma hora sessenta minutos e um minuto sessenta segundos.
Mas, afinal o que mudou? Porque razão, quando éramos crianças chegar ao Natal era uma eternidade e, agora, é um saltinho de pardal?
Mudou a nossa capacidade de encantamento, a nossa capacidade de prestarmos atenção à simplicidade, a cada pormenor do dia-a-dia, mudou a nossa capacidade de aproveitarmos cada momento sem pensarmos no que se segue como fazíamos em criança. Mergulhámos aos poucos ou abruptamente, dependendo da experiência pessoal de cada um, na agitação que a vida contemporânea nos oferece, no consumo inconsciente, na enorme quantidade de informação disponível, no medo de sermos excluídos pela falta de domínio tecnológico e das redes sociais.
E, assim, vivemos sem tempo para nada, mas tentando chegar sempre a tudo. E, assim, o que fazemos, fazemos, não com a mente no presente, mas sim a pensar já na próxima tarefa.
O tempo não voa, continua a passar como sempre passou, porém nós corremos no tempo tão depressa que só percebemos o risco de vivermos a dizer "ainda ontem...", quando a vida por qualquer motivo nos dá um abanão para abrirmos os olhos e o coração para aquilo que é realmente importante.

Tânia
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

MINUTOS DE SABEDORIA #13

 


📷 via Google


Poema didático

Já tive um país pequeno,
tão pequeno
que andava descalço dentro de mim.
Um país tão magro
que no seu firmamento
não cabia senão uma estrela menina,
tão tímida e delicada
que só por dentro brilhava.

Eu tive um país
escrito sem maiúscula.
Não tinha fundos
para pagar a um herói.
Não tinha panos
para costurar bandeira.
Nem solenidade
para entoar um hino.

Mas tinha pão e esperança
para os viventes
e sonhos para os nascentes.

Eu tive um país pequeno,
tão pequeno
que não cabia no mundo.

Mia Couto